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O sarampo é uma doença de alta transmissibilidade

 

“O sarampo é uma doença de alta transmissibilidade, grave e pode deixar sequelas e a única forma de preveni-la e combatê-la é com a vacinação”, afirma, categórico, o médico pediatra Rodrigo Ottoni de Carvalho, que atua no Hospital São Francisco (HSF), em Cotia.

O alerta vem agora que o País corre o risco de perder o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, concedido em 2016 pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). De 2018 para cá já foram registrados mais de 10 mil casos da doença.

De acordo com o especialista, embora possa contaminar pessoas de todas as idades, o sarampo é ainda mais perigoso para as crianças. “O vírus do sarampo tem a capacidade de ‘minar’ o sistema imunológico, que nas crianças ainda está se aprimorando. Ele vai diminuindo as defesas do organismo e favorecendo infecções secundárias como otite média aguda, pneumonia e até meningoencefalites”, ressalta o pediatra.

O médico explica que a doença “compromete a resistência imunológica do paciente, facilitando a ocorrência de uma super infecção na qual 30% dos casos podem cursar com uma ou mais complicações,  principalmente em crianças menores de cinco anos”.

Carvalho lembra que o sarampo foi responsável por altas taxas de mortalidade em crianças até o advento da imunização e que as sequelas podem ser graves, variando de acordo com o órgão comprometido: “as neurológicas merecem destaque, além de algumas como surdez, cegueira, diminuição da capacidade mental etc.”, enumera. Com a vacinação, diz o médico, o paciente fica menos suscetível às formas graves da doença e suas complicações.

Importância da imunização

De acordo com o pediatra Rodrigo, o País teve grandes conquistas com relação ao sarampo ao longo dos anos. “O Brasil, em pouco mais de 30 anos, conseguiu um grande avanço contra o sarampo. Em 1986 foram notificados quase 130.000 casos da doença e em 2016 a OMS [Organização Mundial da Saúde] considerou a doença erradicada no país, mas esse quadro mudou em apenas dois anos. Em 2018 foram confirmados um pouco mais de 10.000 casos”, frisa.

O controle do sarampo no Brasil havia atingido uma estabilidade graças as estratégias de imunização e o fortalecimento da vigilância epidemiológica, mas o quadro mudou de 2018 para cá. Não por acaso, nessa mesma época, boa parte dos brasileiros foram atingidos por um tipo de onda ideológica via mídias sociais que espalhou a desconfiança com relação a eficácia das vacinas. Isso levou muitos pais a deixarem de vacinar seus filhos e até de vacinarem-se a si próprios, o que fez ressurgirem os surtos.

 “As causas são múltiplas,  mas o que chamou atenção foi uma certa ‘negligência’ por parte da população , que levou quase metade dos municípios a não atingirem a meta de vacinar 95% das crianças entre 1 e 5 anos de idade. Com isso o vírus continua em  circulação no país. É essencial que os pais vacinem seus filhos e a si próprios, caso não tenham sido vacinados, e na dúvida devem procurar o posto de saúde ou locais certificados  com seu cartão de vacinação”, recomenda o especialista.

Sobre a vacina

A eficácia da vacina contra o sarampo é alta, pode chegar a 95%. São dois os tipos utilizados: a tríplice viral – que combate sarampo, caxumba e rubéola -, e a tetra viral, que acrescenta à tríplice o fator Varicela. Ambas podem ser encontradas no HSF.

O esquema vacinal preconiza a tríplice viral aos 12 meses de vida e a tetra viral aos 15 meses. Os não-vacinados até os 4 anos de idade seguem o mesmo esquema, mas com intervalo mínimo de 30 dias para a segunda dose. De 5 a 29 anos são aplicadas duas doses da tríplice; enquanto que de 30 a 49 anos e dose é única.

O Hospital São Francisco dispõe de ambas as vacinas, além de outras.  A preocupação do Hospital com a qualidade dos imunológicos é tão grande que foi estabelecida uma parceria do HSF com a Vacinville – melhor clínica de vacinas da região. Para a direção do Hospital, manter a vacinação em dia e com imunológicos confiáveis é fundamental para a saúde de todos.

Sintomas

Como na grande maioria das viroses, os sintomas no início são inespecíficos, destaca o médico.

Febre, tosse persistente, coriza, conjuntivite, febre alta por mais de três dias , mudança na característica da tosse e o exantema (manchas vermelhas no corpo) são, os sinais de alerta mais comuns para o sarampo.

O período de incubação, no geral, costuma ser de 10 dias, mas pode variar de 7 a 18 dias. “O mais importante é o período de contágio, quando ocorre a transmissão da doença, que ocorre quatro dias antes do exantema e dura até quatro dias depois”, orienta Carvalho.